Preacher – Vol. 1: A Caminho do Texas (Edições de 1 a 7)

7.9.13

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Não contém spoilers.

Dessa leva de quadrinhos novos que eu estou lendo, com certeza o mais surpreendente e incrível foi Preacher. Eu li as sete primeiras edições, que fecham o primeiro arco, entitulado A Caminho do Texas entre ontem e hoje e ainda estou meio sem palavras para descrever essa história. Então desconfio que essa resenha meio que vai ser um longo blábláblá querendo dizer apenas uma coisa: Preacher é muito, muito bom.

Esse quadrinho foi criado por Garth Ennis, que o Wikipedia me diz ser responsável também por nove anos de Punisher, alguns anos de Hellbrazer e pela série original The Boys, e conta a história de Jesse Custer, um pastor de uma pequena cidade do Texas, que é possuído por Gênesis, uma entidade vinda diretamente do paraíso, e acaba acidentalmente matando toda a sua congregação ao pegar fogo e explodir dentro de sua própria igreja. Hum... louco, né? Calma que isso é tipo 0,0000001% das coisas loucas que acontecem nesse quadrinho. Por causa do acidente, Jesse começa a ser investigado pela polícia e perseguido por uma espécie de cowboy do céu/inferno, o Santo dos Assassinos, a mando dos próprios anjos que temem que Gênesis coloque a humanidade em perigo. Depois desse acidente na igreja, Jesse é resgatado por sua ex-namorada, Tulipa, e por um cara que a acompanha, Cassidy, que o ajudam em sua fuga e em sua busca também (e eu não vou dizer o que Jesse está buscando, não é exatamente um spoiler, mas foi legal ter descoberto com a leitura, então seria muito chato estragar essa pequena surpresa para quem for ler ainda).

preacher1_3E a história é mais ou menos essa, eu não posso dizer muito mais para não dar spoiler, mas os personagens de Preacher são incríveis. É impressionante como todos, absolutamente todos, nesse quadrinho, guardam algum segredo do tipo uow. Aliás, o que Preacher mais tem são esses momentos "WTF?", Garth Ennis é um ótimo escritor, sabe distribuir bem a ação na história e sabe como ninguém como revelar uma informação nova de maneira surpreendente. Aliás, não tem uma única edição, dentre essas sete que eu li, pelo menos, que não acabe com um gancho muito bom. É quase uma covardia por parte de Ennis, porque fica impossível largar Preacher depois que se começa a ler, é extremamente viciante.

Confesso que a única coisa que me desanimou até o momento foi o relacionamento de Jesse com Tulipa, estou achando essa eterna DR deles que nunca se concretiza muito chata, mas ouvi comentários de que isso melhora mais adiante. Por outro lado, o que dizer de Cassidy, esse personagem que mal conheço e já curto pacas? Nessas primeiras edições o Cara-de-cu é apenas apresentado, mas também demonstra potencial para ser um grande personagem.

[caption id="attachment_155" align="alignright" width="336"]preacher1_2 Capa da edição 3 com o fucking Cassidy![/caption]

E sim, existe um personagem chamado Cara-de-cu ou Arseface, no original. Inclusive, esse é uma outra característica de Preacher, o autor não é um cara que mede muito suas palavras. O quadrinho está repleto de palavrões, basicamente não há um único quadro sequer sem palavrão, então se você é daqueles que torce o nariz quando vê alguém falando "foda-se" ou "filho da puta" e congêneres, provavelmente não vai gostar de Preacher. A linguagem crua e sem censura se reflete também na arte do quadrinho. Ilustrado por Steve Dillon, Preacher é bastante violento. Nessas primeiras sete edições, existem muitas cenas de tiroteio e elas são ilustradas de maneira exagerada e bastante nojenta (estamos falando aqui de rostos desfigurados pelos buracos causados pelas balas e sangue espirrando na sua cara). Também tem um serial killer na história que acaba protagonizando a cena mais chocante/nojenta desse primeiro volume, envolvendo um cara e pregos. Eu não gosto quando a violência é representada assim, de forma tão crua, mas eu não tinha me incomodado tanto com o sangue em Preacher até ter chegado nessa cena aí... argh... Enfim... fechando essa resenha, vale a pena falar ainda da arte da capa de Preacher. Ela é feita por Glenn Fabry, são simplesmente incríveis e dão o tom da série. Eu adoro a capa do Cassidy, na edição 3.

Bom, eu adorei o quadrinho e pretendo continuar lendo. Como estou meio que intercalando com SandmanWalking DeadLivros da Magia – que é a próxima história que eu pretendo começar a ler –, provavelmente vou demorar um pouco pra ler tudo. Mas, sem dúvida, dentre todas essas histórias, Preacher foi a que mais me deixou de boca aberta e com mais vontade de ler logo todo o resto.

Preacher teve no total 66 edições mensais e mais duas séries limitadas, somando 75 edições, publicadas entre 1995 e 2000 pela Vertigo. No Brasil, ela teve várias edições, mas a mais recente é a que a Panini vem lançando, em capa dura, que você encontra por aí.

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