As Vantagens de Ser Invisível – Stephen Chbosky

9.8.13



And in that moment, I swear we were infinite.
Charlie

Não contém spoilers.

Ontem terminei de ler As Vantagens de Ser Invisível, escrito por Stephen Chbosky, e já estou aqui pra dizer o que achei. Esse livro ficou bem conhecido no ano passado por conta da adaptação para o cinema estrelada por Emma Watson – e dirigida pelo próprio autor do livro –, mas na verdade ele já é bem antiguinho. Ele foi lançado em 1999, tornando-se um sucesso na época, mas definitivamente foi o filme que impulsionou as vendas do livro: ele está na lista de bestsellers do The New York Times há mais de um ano!

As Vantagens de Ser Invisível conta a história de Charlie, um menino de 15 anos, introvertido, com dificuldade de se relacionar com as pessoas e às vésperas de começar o Ensino Médio em uma escola nova. Como se apenas isso já não fosse desafiador ou assustador o bastante, ele ainda precisa lidar com a perda de seu melhor amigo, Michael, que cometeu suicídio. Muito observador, o livro é narrado sob a forma de cartas, que Charlie escreve para um destinatário desconhecido. Assim, por meio de seus relatos, que versam sobre diversos assuntos, vamos nos envolvendo com sua vida, sua personalidade, memórias, descobertas e, principalmente, com seu relacionamento com seus novos amigos Sam e Patrick, estudantes do último ano e nem um pouco certinhos.

Não quero entrar em muitos detalhes da trama para não dar spoilers, mas o livro é excelente na maneira como lida com assuntos típicos da adolescência de maneira adulta e realista. Não se trata de uma história bobinha limitada a romances de adolescência e briga com os pais. Na verdade, na época do lançamento, Chbosky foi criticado por incluir também temas mais pesados como drogas, violência, suicídio e depressão. A grande sacada do autor é ter conseguido explorar esses temas sob o ponto de vista de um protagonista jovem, sensível e sincero. E o resultado é muito bom: Charlie narra como se não se desse conta de como as coisas que acontecem ao seu redor ou com ele são pesadas e sérias, fala como se fossem acontecimentos naturais, fatos da vida, deixando para nós, leitores, a função de refletir sobre esses assuntos. Na verdade, apesar do livro ser curto e de leitura fácil (a versão brasileira tem 223 páginas), confesso ter demorado quatro dias pra ler, pois precisei fazer umas pausas quando algumas questões difíceis foram abordadas.

Outra característica bacana do livro é estar repleto de referências a músicas, livros e filmes, o que nos ajuda a construir esses personagens e nos sentir mais próximos deles – tive uma surpresa maravilhosa quando, em dos momentos icônicos do livro, a música que servia de trilha sonora era uma das minhas favoritas, Landslide, do Fleetwood Mac. Eu só tenho uma crítica a fazer sobre o livro: eu não gostei de uma reviravolta revelada quase ao final da história, já não tinha gostado da forma como aconteceu no filme e esperava que no livro fosse pelo menos mais bem construído, mas não. O que acontece, que eu não vou dizer, é tão súbito quanto no filme e, na minha opinião, tão desnecessário quanto. Mas isso também é assunto para uma outra discussão...

Recomendo muito o livro! É um ótimo romance young adult e é facinho de ler, eu li em inglês mesmo e foi super tranquilo. Ah! E fica uma última curiosidade: Stephen Chbosky também trabalha no cinema e na tv e escreveu os roteiros de Rent (2005), que é legalzinho, e da série Jericho (2006-2008), que eu particularmente não gostei, mas acho que ele manda melhor mesmo na literatura.

As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower) foi publicado em 2007 pela editora Rocco, com tradução de Ryta Vinagre.

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