Tenchi Muyo! RPG (Game Hen)

5.6.14




Uma das coisas mais legais de se ter um smartphone ou tablet é conseguir rodar emuladores pra aqueles jogos que você costumava jogar quando criança. Recentemente baixei um emulador para SuperNintendo (o nome do aplicativo na PlayStore é Snes9x EX+), que é o meu console favorito, e resolvi baixar uns joguinhos que eu já conhecia e curtia de uns anos atrás. O escolhido da vez foi o RPG do Tenchi Muyo!, desenvolvido pela Banpresto e lançado em 1995. Vocês se lembram desse desenho divertidíssimo que passava na Band? Ele foi exibido lá pelos idos do ano 2000 em um programa da tarde da emissora chamado Band Kids – que em sua primeira fase tinha uma apresentadora chamada Kira que vestia um uniforme horrível e tinha como bordão um movimento com as mãos com a frase "eu sou a kira, kira kira kira" (eco rs).

Deméritos do programa a parte, Tenchi Muyo! era muito legal! Eu adoro animes bem humorados e esse era o caso, me divertia bastante vendo as brigas bobas da Ryoko (e sua risada ótima) com a Aeka por causa do Tenchi. Como as duas, além das outras personagens, vinham do espaço, a temática sci-fi estava presente em todos os episódios, que mantinham o esquema meio "dragon ball", ou seja, momentos cômicos intercalados com momentos de lutas e ação. Bem, o RPG em questão tenta recriar essa premissa da série e se inicia com a chegada de uma menina chamada Mizuki que sequestra a Sasami pra fazer os demais irem a sua busca, iniciando o jogo.

Bem, o que eu lembrava desse jogo era que ele tinha um gameplay legalzinho, em que os personagens e inimigos se deslocavam andando por casinhas no chão – o que permite ao jogador elaborar estratégias de luta – e que ele não era muito fácil. O problema é que eu joguei esse jogo lá pelos 13, 14 anos, então já sabem o que aconteceu, não é? A regra dos 15 anos contra-atacou e acabei que não curti tanto o jogo assim dessa vez.

O grande problema do jogo é ele ter uma história tão ruim. Após resgatarem a Sasami, por exemplo, os personagens continuam a ir atrás da "vilã" apenas pra ver no que dá basicamente, e sem grandes missões para serem completadas – apenas resgatar fulano, resgatar ciclano, achar Mizuki –, o jogo acaba se tornando uma sequência de lutas repetitivas e demoradas. Ao todo são apenas três mapas contendo vários ambientes, alguns dos quais, no entanto, você não precisa passar obrigatoriamente. Daí vem duas consequências: a primeira é que, se seu objetivo é só zerar o jogo, dá pular uma série de lutas bem chatas; a segunda, porém, é bem negativa, a falta de clareza da história no início do jogo me vez acabar pulando alguns ambientes e, por conta disso, não pude desbloquear três personagens extras, que deveriam ter sido "resgatados" nos ambientes em que eu não fui – pra liberar alguns deles, eu teria que passar duas vezes pelo mesmo lugar, só que em nenhum momento o jogo deixa isso claro. E o problema é que nunca mais você terá a chance de resgatá-los! Não são personagens principais, mas seria legal chegar ao fim do jogo com a equipe toda, certo? (acabei o jogo sem Azaka e Kamidake, protetores da Aeka e da Sasami, e Youkinojou, o robozinho que ajuda a Mihoshi em sua nave espacial – e eu me pergunto, cadê a Kiyone?)

O segundo ponto que torna o jogo meio chato é a forma de ganho de level dos personagens. Eu não sei se eu dei azar ou se o sistema é esse mesmo, mas para que um personagem ganhe level, ele precisa dar o golpe final no inimigo. Dá pra imaginar como isso é chato, não? É quase impossível, por exemplo, fazer a Mihoshi (alívio cômico da série e do jogo) ganhar level porque além de ela possuir pouca vida, defesa e mobilidade, quando você finalmente consegue colocá-la na frente de um inimigo e fazê-la atirar, ela pode errar o tiro, porque é a Mihoshi, no fim das contas.

...

Mas isso não é um grande problema, porque ao longo do jogo, você vai percebendo que só precisa de quatro personagens muito fortes pra carregar o jogo todo, já que nos modos de batalha só são necessários quatro personagens por vez e você sempre pode escolher com quem jogar. Nem preciso falar o quão descompassado é isso. Os únicos momentos em que 8 personagens são necessários ao mesmo tempo é em uma parte da história em que o grupo se divide em dois em lutas consecutivas. Além disso, o único momento em que um personagem luta sozinho contra o inimigo é no final da segunda fase do jogo, com a Ryoko. A minha dica para quem tem interesse em jogar esse RPG seria focar no treino da Ryoko até o level 8 (máximo) por conta desse x1 e depois esquecê-la quando ela voltar depois de ser resgata pois os inimigos, nesse ponto do jogo, vão estar tão mais fortes que a baixa defesa e vida dela a tornará muito frágil nas team fights.

Aliás, vale a pena falar dos melhores personagens. No mapa final eu carreguei o jogo sem dificuldade alguma usando só o Katsuhito (pai do Tenchi), um personagem com baixa mobilidade mas ótimos ataque e defesa, a Washu, que possui um bom ataque e ótima habilidade de cura, o Tenchi, que possui um ótimo ultimate, de alcance global e Aeka/Sasami, as duas tem heal, o que é sempre bom e a Sasami versão ultimate tem um ótimo ataque, enquanto os demais ataques da Aeka são muito bons também e sua ult também é global (ults globais são ótimas pra derrotar Kusumi em seu robô de três partes).

Por fim, ainda sobre algumas características do jogo: para usar as habilidades dos personagens, você precisa de "mana", que são umas bolinhas verdes no canto da tela. A cada rodada, o personagem carrega duas bolinhas automaticamente e, ao juntar, oito bolinhas (máximo), você tem a opção de habilitar o "transform", que torna os personagens mais fortes e com novas habilidades. A duração dessa transformação é até acabarem as 8 bolinhas, portanto, escolha os ataques com parcimônia. O problema é que parar juntar essa quantidade de bolinhas, é necessário gastar 3 rodadas de "carregamento". Você começa o jogo com 4 bolinhas carregadas, vai deixar seu personagem sem fazer nada por mais duas rodadas pra juntar mais 4 bolinhas e mais uma rodada para se transformar. Com isso, os personagens ficam muito expostos a levar dano dos inimigos, portanto, a dica aqui é não mover ninguém no começo da batalha e esperar que os inimigos avancem (muitos deles tem o alcance de ataque pequeno e não conseguirão atacar por algumas rodadas) ou mesmo mover os personagens o mais distante possível dos inimigos enquanto aguarda a mana carregar. E, por fim, como todo bom jogo de RPG, é sempre bom ter um healer no time e, nesse caso, isso se torna crucial já que o jogo é tão simples que não é possível comprar e usar nenhum tipo de item de cura ou coisas do tipo.

Bom, tirando esses problemas todos e o fato de poder ser zerado em menos de um dia (eu levei uns 3 ou 4 jogando um pouquinho a cada dia), ainda acho o jogo bem bonitinho e nostálgico. Dito isso, não pretendo retornar a ele tão cedo.

You Might Also Like

3 comentários

  1. OMG!!!!
    RPG ao estilo Final Fantasy Tactics e baseado em Tenchi Muyo....muito amor viu hahaha
    Engraçado que hoje mesmo estava pensando em começar a rever o anime, mas ai lembrei que to com trocentas séries (de 45 min) pra botar em ordem, ai o Tenchi voltou pra geladeira :P
    Abraços ^^

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tb tinha vontade de voltar a ver animes, mas não dá... muitas séries e filmes na lista haha

      Excluir
  2. Alguém mais lembrou da Kyione além de mim? Que delícia. Nas ela faz sua participação jo ultimate da myoshi

    ResponderExcluir

Popular Posts

Like us on Facebook

Flickr Images

Subscribe