Há quanto tempo eu não leio um mangá! Já estava mais do que na hora de voltar e pra marcar esse meu retorno ao mundo oriental eu escolhi ler o primeiro volume de Monster, criado por Naoki Urasawa, puramente porque todo mundo que lê esse mangá fala que ele é incrível. E eu vou me juntar ao coro, Monster é incrível!

O mangá conta a história de Kenzo Tenma, um extraordinário neurocirurgião japonês que trabalha em um renomado hospital de Dusseldorf. Seu futuro de sucesso é praticamente garantido, devido sua destreza como cirurgião e por ter caído nas graças do diretor do hospital, além de namorar sua filha, Eva. Entretanto, uma série de acontecimentos acaba virando a vida de Tenma de cabeça-para-baixo: durante seu plantão no hospital, a pedido do diretor, Tenma precisou trocar a operação de um homem turco qualquer pela cirurgia de um famoso cantor de ópera alemão. A morte desse paciente turco trouxe questões éticas à tona para Tenma, que começou a questionar como as coisas eram conduzidas no hospital e mudando sua forma de agir, entrando em confronto direto com o diretor do lugar. Poderia dizer mais, mas aí eu teria que revelar algumas boas surpresas desse primeiro volume. O importante disso tudo é que aquele desconhecido paciente turco causou um imenso efeito borboleta, não só alterando toda a vida de Tenma, como também de várias pessoas de Dusseldorf de uma maneira inesperada e assustadora.

Gostei bastante desse mangá porque ele é muito diferente do que eu estava esperando ler. Primeiro que a história nem se passa no Japão e acho que todos os mangás que eu já li se passam lá. Depois, não é uma história com pessoas que possuem algum tipo de poder ou uma história que se passa em outro mundo ou que conversa com o sobrenatural – bom, pelo menos até agora. E não que eu ache histórias assim ruins, eu adoro, o que eu achei legal é que eu não estava esperando ler um mangá mais realista, com um protagonista comum, ambientando fora do Japão. A história por si só já torna esse mangá incrível, mas essas outras características também contribuem para fazer de Monster um quadrinho único.

Por fim, vale a pena ainda destacar o traço de Naoki Urasawa, que é muito bonito. O contorno dos rostos desse cara são incríveis! É tão suave e elegante! E lembrar que além do mangá, pra quem curte anime, existe uma adaptação que parece ser bastante fiel ao quadrinho (me corrijam, se não for o caso). Além disso, Guillermo del Toro já anunciou que quer transformar a história em uma série live action para a HBO! Ao que parece ele vem trabalhando na adaptação em conjunto com Steven Thompson que já roteirizou Doctor Who e Sherlock para a BBC. Parece promissor, mas enquanto a série não sai, eu vou acompanhando o mangá, que já começou muito bem!

Monster foi publicado originalmente pela Shogakukan entre 1994 e 2001, resultando em 162 capítulos, divididos em 18 volumes. No Brasil, o mangá começou a ser publicado pela Conrad entre 2008 e 2010, mas acabou sendo abandonado pela editora que passava por problemas financeiros. Hoje, o mangá é publicado pela Panini, que já lançou até o volume 15.



Gente, como assim esse final do primeiro volume? Fiquei bolada com essa revelação do último capítulo, em que Johan reaparece. A contradição dos atos que levaram aquele momento é muito boa, ao tentar fazer as coisas da maneira certa, com ética, Tenma acaba salvando um menino (ao invés do prefeito) que, anos depois, se mostra ser um assassino frio e sarcástico. Complicado. Quero muito ler o segundo volume, pois imagino o quanto o Tenma vai ficar bolado com essa história. Além disso, eu quero saber o que aconteceu com a irmã do Johan, parece que ela vai ter muita coisa pra acrescentar a essa trama ainda.